domingo, 23 de julho de 2017

A ESCOLA CAMPOS MELO, COVILHÃ .

Em busca do tempo perdido .

É uma doce ilusão .
Nunca mais de volta a viver o tempo que nunca se viveu .
É curioso que uma destas noites, da uma para as duas, es-
tive a ouvir uma grande conversa com alguém que abor-
dava precisamente este tema .

Olha quem, o professor Júlio Machado 
Vaz .

Foi ele que me abriu uma fresta no crânio e me ajudou a 
compreender uma parte dos meus problemas .

Falta-me a memória da minha inocência
perdida .

Pode-se tentar compreender essa falha, esse buraco  negro, 
tentar preenchê-lo com novas incidências, agarrar-se às aná-
lises psicanalíticas .

Esse buraco, ficou buraco 
para sempre .

Esse facto ajuda a explicar muito, ou uma parte importante 
da minha existência .

Tenho corrido desesperadamente atrás desse intervalo de vida,
para além de que ando sempre a fazer confusões na minha cabe,
ça, teço as mais mirabolantes fantasias, vivo de facto uma vida di-
ferente dos outros, sem esquecer uns grãos de loucura que às vez-
es vou trincando .

A explicação é simples :

Não vivi a adolescência como a outra malta .

Tenho andado, secretamente, à sua procura .
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