sábado, 1 de julho de 2017

COMO O TEMPO PASSA .

Ontem, cruzei-me na rua com um grande amigo do meu filho .
Tinha acabado de fazer um raid de moto, atravessando o País.
Não fazia a mínima ideia que ele fosse um motoqueiro furioso,
a 200 à hora .

"É andar enquanto ainda posso .
  Já vou fazer 50 anos " .

Foi aí que eu caí em mim .

O Pedro, se fosse vivo, faria 46 anos .

Dei comigo a fazer contas à vida .
Como foi possível, que o tempo tenha escorrido desta maneira ...
Ainda ontem, eram uns meninos que brincavam à bola, a fugir da po-
lícia, no largo fronteiro da esquadra, vestidos à maneira, equipamento
 completo, uns de vermelho, outros de verde .

(Antigamente, no tempo da outra senhora, era proíbido pronunciar a
 palavra vermelho, era encarnado e mais nada . Onde chegava e chega
a estupidez humana ).

Jogava-se à bola e nos intervalos, trocavam-se os cromos .
Se houvesse tempo, discutiam-se as principais incidências do jogo, do
jogo real, e dos jogos que tinha visto pela televisão .

O Pedro era sempre o Nené, com a camisola 10 .

Já vinha equipado de casa .
Ou melhor, nos dias de bola, andava sempre equipado .

Por essa altura, fomos passar um mês a Oxford,

onde, a Mãe estava a fazer o  Doutoramento, saímos de casa para os cam-
pos relvados por todo lado, o Pedro levava o equipamento da selecção na-
cional e a respectiva bola oficial . 

 Treinavamos até ao almoço .

Depois íamos almoçar os três, ao King and Arms, onde a comida era be-
ra e pouca .

Matavamos a tarde, a ver televisão, a ler e a jogar no computador .

Foram uns dias, para mais tarde recordar .
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