segunda-feira, 31 de julho de 2017

HUMBERTO DELGADO .

Salazar :

Se eu ganhar as eleições,
demito-o imediatamente .

O meu pai tinha-me avisado paranão ir para os lados do
Pelourinho, pois a Pide tinha instalado metralhadoras
na Câmara Municipal e no Montalto .

A malta tinha feito greve, até muitos professores que 
eram do Revilhalho,  acudiram ao centro da Cidade pa-
ra ver o Comício .

Humberto Delgado havia pertencido à situação, dele di-
vergindo fortemente,  pois Salazar era como um eucali-
pto, secava tudo à sua volta .

Ficamos no pátio da Escola a ver os carros a passar, 
vindos do Fundão. A bicha dos caros via-se do Souto Alto,
a meio caminho para a Covilhã .
E nunca mais parava .

Foi aí que acabou a farsa da eleições . 
O ditador acabou com elas, pura e simplesmente .

A seguir às eleições de 58, seguiu-se uma onda de violência
a todos os níveis, com prisões e torturas, e com o sanea-
mento de centenas ou milhares de pessoas, presumíveis 
adversários do salazarismo .

Não me falem da Venezuela, por favor ...

Tivemos  por cá, 
e não foi há muito tempo, muitas palhaçadas destas .

Em vez de andarem para aí a brincar ás democracias, melhor
faziam que recordassem os nossos problemas nacionais, e de-
les soubessem tirar as lições do passado .

Que diabo, custava tão pouco .
.