domingo, 30 de julho de 2017

Uma questão de Vocação .

A mesma água nunca passa duas vezes 
por baixo da mesma ponte .

Talvez que até pudesse ter sido um reputado artista musical,
sabe-se lá ...
... Mas a minha vida não me deixou .

Oriundo de famílias com forte formação musical, quer do la-
do do meu Pai, quer do lado da minha Mãe, tudo parecia en-
caminha-se para vir a atacar um instrumento .
Jeito e aptidões não me faltavam .

O meu Pai, com 10 anos, era já o primeiro clarinete na banda
de Seia. 
Das cinco raparigas, num rancho de sete filhos, que o meu avô 
Miranda teve do seu terceiro casamento, todas elas cantavam 
Côro da Igreja Matriz, onde a minha Mãe era a solista principal .

Mas a música, para lá do talento pessoal, requer outras atribui-
ções, como treino, disciplina, técnica , dedicação e muitas outras,
se se pretende atingir um grau de performance superior .

Ora eu possuía tudo isso, mas em sentido contrário .

Nunca poderia pois, vir a ser músico .

O meu destino poderia muito bem ser o desenho ou a pintura, mas
afinal também não viria a ser concretizado .

A minha natureza rebelde, individualista, quase anarquista eram
mais a jeito das artes plásticas, mas também isso se esboroou nas
núvens da fantasia .
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