sábado, 5 de agosto de 2017

A CADEIA ALIMENTAR .

Cada um come o que quer,
os outros comem o que podem .

Há peixes finos, os mais apreciados, são descabeçados, 
tiram-lhe as tripas, bem lavados, sacam as espinhas, e
vão ao forno para assar, bem temperados e bem apala-
ladados .

São os peixes do alto, servidos em baixela de prata .

Há depois os peixes azúis, que ultimamente têm vindo a 
subir na escala hierárquica da peixeirada  - Sardinha, 
cavala, peixe espada, peixes classe média, servidos em tal
heres inox, e dizem que fazem bem à saúde .

Seguem o peixe miúdo, petingas, sardas, carapaus, enxar-
rocos, que matama fome à gente mais humilde, quando ain-
da há gente e peixe, que vão rareando cada vez mais .

Usam facas e garfos de plástico .

No fim da cadeia (cadeia, albergue onde são metidos aque-
les que roubam um papo seco ou uma maçã ), e esses pas-
sam o tempo a esgravatar no lixo, em busca de algum resto
de comida para saciar a fome .

E no topo da cadeia alimentar, há os poeixões, que se distrai-
em a devorar os outros peixes, sem qualquer restrição .

Esses são 

os TUMPARÕES

os TEMERÕES

os PUTINÕES

e os MERKELÕES .
.